Meu bebê acadêmico

Fazer uma pós-graduação não é fácil. E um mestrado na área de literatura e cultura quer dizer infindáveis horas de leitura de uma bibliografia infinita que continua se expandindo até a hora em que temos de dar um basta ou o momento de finalmente escrever o trabalho simplesmente não vai chegar.

Minha história de mestrado começa com um encontro na Avenida Paulista em São Paulo com minha professora da graduação, a impressionante Neide Nagae sensei. Depois desse encontro, elaborei um projetinho bem inexperiente de pesquisa e, claro, não passei na entrevista. Neide sensei me instruiu a fazer uma disciplina da pós na USP como aluna especial para sentir o clima e tentar de novo no semestre seguinte.

Assim, no começo de 2016, ingressei no Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa da USP e passei a frequentar a Casa de Cultura Japonesa da universidade. Tive professoras maravilhosas durante o curso, fiz uma disciplina na ECA sobre quadrinhos, participei de eventos nacionais e internacionais e li muito. Muito mesmo.

Isso tudo enquanto ainda trabalhava em período integral na WMF Martins Fontes. O pessoal lá foi muito legal comigo nesse período, me encorajando a embarcar nos estudos e acomodando novos horários de trabalho para mim nos dias de aula e de eventos. Mas, a hora de escrever chegou. Pensando nisso, já tinha me candidatado a uma bolsa CAPES e, quando ela saiu em 2017, saí do emprego e consegui me dedicar somente à escrita da dissertação até o final. Não teria conseguido não fosse isso. Na verdade, quase não deu tempo.

Assim, nasceu A Mitologia Judaico-Cristã e o Herói Japonês: a jornada mítica de Mudō Setsuna no mangá Angel Sanctuary, gigante, espessa, e sem ter conseguido passar por revisão. Nela, falo principalmente da Jornada do Herói aplicada à história do protagonista do mangá, mas também comparo as personagens principais com as fontes mitológicas em quem são inspiradas, explico um pouco sobre como se dá a narrativa em quadrinhos e como funciona a jornada do herói em obras de ficção, além de falar o pouco que se sabe sobre a autora da obra alvo do trabalho e fazer um breve panorama do mangá e sua relação com mitologias diversas. É, eu escrevi bastante.

Defendi a dissertação no fim de 2018 e a versão corrigida está disponível na biblioteca digital de teses e dissertações da USP.

Quem tiver curiosidade e quiser dar uma olhada, é só clicar aqui.

Até a próxima viagem!

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